sexta-feira, 5 de março de 2010

AOS QUE SE DIZEM, OU SE SENTEM DONOS DE ALGUMA COISA...

São fúteis os teus dizeres e os teus sentires sem o embasamento da idônea humildade.
Não se deixe ludibriar assim...Assim sem um norte que fundamente os passos teus, de modo conciso.
Não se deixe arremessar por asas de cêra como Ícaro,pois podes despencar aos primeiros raios de sol da verdade viril e que dói sempre.
Jogai no chão todas as capas ilúsorias,todos os anseios duvidosos,sem ritmo e que bailam ao vento.
Há um batalhão de sonhos perante teus perscrustadores olhos;
E por sobre donos passados,um oceano de flores e de rosas que já perderam seus perfumes.
Trabalhai com a sapiência etérea que não falha porque usa o silêncio como um modo de confirmação
da sua integridade e imaculada existência.
os instantes não levam em conta teus sentimentos de propriedade que são efêmeros,grosseiramente falando.
No teu derradeiro segundo de fôlego,certamente,lábos hipócritas se levantarão contra ti;
Cuspos e terras serão as últimas homengens que,alguns farão,na surdina,em tua memória.
Mune teu ser,cada cantinho dele,com todas as flores imortais que habitam nas coisas mais sutis e mais simples que os olhos não veem,mas que o coração reúne todos os atributos para retê-las e distribuí-las aos que esperam,por alguma mão, serem soerguidos de alguma poço de lama podre.
És dono de um vácuo inexplicável,talvez infindo.
olhai o céu e enxergai a tua verdadeira pátria.
Todos os teus sentires e dizeres não podem vagar ao léu.
Sorria.Ó donos!Hás de sairem desse labirinto estéril;
Hás de deslumbrares sóis de raios penetrantes,não de centésimos de segundos,ínfimas imagens de algum material oco,vindo de alhures...inventados.
Mas,de horas incessantes,dentro do tempo que não estaciona para tomar fôlego,pois o tempo de passar não cansa,como cansais vós nas horas que já passaram.
Todos os artíficios são pedras lançadas num mar sem vida e sem consistência própria.
Palavras.Palavras,dardos que nos seus trajetos,repousam em algum êrmo coração como sementes plantadas para,talvez serem ressuscitadas numa precisa situação do caminhar,longo ou curto,de alguns passos que se procuram e que ainda não se acharam.
Prazeres vãos ladeam os olhares hodiernos e frutificam, de modo incoerente,e laçando outros adeptos que não veem que a escada de Jacó foi apenas um sonho.
Cadê a razão? Onde se oculta a luz da sensatez? Apagaram as luzes? Tais luzes?
Pobres apagadores das tais luzes.Seres desprezíveis são vocês,imbecis,crápulas que cerceiam todas as luzes da razão e da sensatez.
Voltai atrás e contemplai as flores que poderiam ser belas com todas as cores das palavras certas,nas horas certas (e porque não incertas?).
Ignobéis donos,ociosos donos (por falta ou ausência da razão),não tenho receio de vós,tenho pena.
Fiquem com suas coisas...O que são coisas? Se todas as coisas,um dia,adentrarão o nada,o vácuo?
Nada quero de vós,muito menos,opiniões.
Certas ou erradas,guarde-as para vós para uso próprio.
Deixem-me caminhar,e também,outros.

(Retirado da obra "PÓ E MAS...")

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