sábado, 26 de fevereiro de 2011

O LENÇO AZUL (Presente de minha mãe)

O lenço azul que me deste, mãezinha,
Levo-o comigo por onde caminho...
Não solitude, cedo ou à noitinha,
É nele que procuro o teu carinho.

Juro-te que não o darei para ninguém,
Guardarei ele comigo até o fim,
Como um talismã que só causa bem,
que me faz sentir a tua presença, enfim.

É nele que depositarei o meu pranto
Quando eu chorar alguma dor sofrida;
É nele que buscarei teu acalanto,

No intuito de sentir-me confortado.
Sou-te muito grato, mãezinha querida,
Por esse consolo a esse teu filho amado.

CÂNTICO DE SAUDADE ETERNA (Em memória de minha mãe, Maria Isabel Reis Lima )

Levaste contigo um pedaço de mim,
Levaste contigo a pérola mais rara e brilhante que o meu coração já sentiu que foi o teu amor inigualável de mãe, na verdadeira acepção dessa palavra.
Levarei comigo enquanto eu viver a dor de ter estado ausente, distante de ti, na hora em que a mão impiedosa da morte te tolheu, fecharam os teus olhos cheios de luz, carinhosos com todos os teus filhos e filhas que choram a tua falta hoje e chorarão eternamente.
Quando eu me sentir sozinho é a tua voz, minha mãe, que ouvirei no meu silêncio;
Quando alguma tristeza descer sobre o meu coração é pensando em ti, minha mãe, que buscarei o conforto lhano;
É pensando em ti, minha mãe, que me recolherei para por as ideias no lugar, outra vez;
É pensando em ti, minha mãe, que buscarei forças para continuar a minha caminhada sem olhar para trás.
Este meu cântico é triste por estar entremeado da mais pura saudade de ti que se ausentou dos meus olhos humanos por ter ido habitar nas esferas celestiais,
Por outro lado, sinto meu coração confortado ao pensar que estás nos braços do Senhor Jesus Cristo que a todos dá acolhida no seu reino de luz infinita.
Por um bom tempo ainda tentarei acordar desse acontecimento que cala a voz humana, por ser algo que foge, peremptoriamente, da natural concepção material.
A morte é algo que jamais aceitaremos em nenhum tempo.
Para mim, querida, estarás sempre viva e alegre como sempre foste.
Tu sempre soubeste o quanto eu te amava, e esse amor eu te afirmo que muito mais agora dobrou, pois é muito mais valoroso do que qualquer ouro ou outro bem material que exista.
Minha voz embarga quando pronuncio o teu nome pelo imenso significado que ele exerce sobre mim e que sempre exercerá enquanto houver em mim um ínfimo sopro de vida

São Luís - MA, 19.02.2011

CÂNTICO DE SAUDADE ETERNA

HEI

Hei de te encontrar, um dia, não propriamente no mesmo lugar de outrora...
Quiça, noutro distante. Mas sem a presença das imagens de outros tempos já mortos pelo tempo que não envelhece;
Hei de te encontrar, com a mesma, outra aparência que meu olhar ignora. E quando eu te ver, nos abraçaremos sem ressentimentos, mesmo sem amor;
Hei de te ver, outra vez, para nunca mais iludir-me com o que não pode mais ser ressuscitado, sentido, igual dantes;
Hei de te encontrar e pedir-te perdão pelo que eu fiz de modo impensado.
Ame-me de forma pura e santa, ame-me com pensamentos retos, pois assim eu te amo, hoje, creia.
Sim, hei de te encontrar, um dia, e sentar frente a frente contigo.
Olhar-te nos olhos, cônscio que o tempo é outro, outra situação,
Que já não é mais lícito tocar-te a pele, que já mais lícito beijar-te os lábios.
Hei de te encontrar, um dia, e dizer-te da grande novidade da minha vida, imcomparável, sem igual, e tu, creio, há de compreender-me sem lágrimas, e de modo consciente, tudo que houve.
É preciso olvidar tudo que passou, pois essa é a única chance de sermos felizes.

Hei de te encontrar, um dia, e corajosamente dizer-te: Adeus!