sexta-feira, 2 de setembro de 2011

AS HORAS

As horas que vão vagando são horas ininterruptas,
Sempre avante, impassíveis,às tuas dores e as minhas.
Elas só param por um instante,nos flashes das máquinas fotográficas,
Nos retratos que adornam as paredes ou estão jogadas,
Olvidadas dentro de algum álbum doméstico.
As nossas preocupações e mesquinharias parecem que funcionam como surdos veraneios às horas que vagam...
As horas que vagam são tristes quando nos acham em vã ociosidade,
Sem aproveitamento de nada,sem luz para algo,talvez, inédito.
Quantas horas passadas foram horas presentes,
Hodiernas e prometiam nos seus vagares momentos felizes,sublimes,nos corações das pessoas que,talvez, já nem existem mais para Contar as suas histórias!?

E as que existem?
Que são remanescentes dessas horas marcantes,que as sentiram em si,
Talvez,de profundos pesares,
Talvez, de doces alegrias que,de uma maneira ou de outra,não serão esquecidas,nunca,jamais.
As horas de alegrias assim como as de tristezas passaram,passam e passarão ainda enquanto as horas existirem,tudo continuará passando...

Acompanhar as horas,segundo por segundo,quem há-de,a não ser tu, ó criador de todas as coisas!
De cada segundo,de cada hora vagante,urge,para nós mortais,sentir o mel da eternidade e o fel da passagem das horas,
Principalmente,quando com elas vão algo ou alguém que estimamos,
Ou quem sabe,nós mesmos,é impossível que nós simples seres humanos,acompanhemos,de modo preciso,religioso,o vagar das horas.
Temos,sim,dentro dos nossos limites,fraquezas e erros,tentar viver cada segundo,cada hora o mais ardorosamente que pudermos.
valorizar tudo que for útil para um bom viver,sabendo de antemão,da lepidez das horas.
Somos,todos,prisioneiros das horas vagantes.
Não sabemos desfrutar certas horas que poderiam ser de eterna doçura.
Quantas horas passaram e não soubemos vivê-las?
Certamente,foram muitas...
As horas vindouras não nos foi dado o poder de vivê-las,
As horas vindouras para os que vivem são as horas presentes.
Ó mentes pressurosas!Ó corações ansiosos! Por que não vos situais nas horas vagantes nesse exato momento?

Prender-te quem há-de?
Deter-te é impossível-,só mesmo Deus.
As horas tem que passam,boas ou ruins,urge que passem,
Penso que para o nosso bem.
As horas vagantes teem o sacrossanto poder de nos incutir n'alma,no coração os sublimes raios da sublime esperança.
Ó horas,não esperem de mim vos acompanhar sempre,chegará,um dia,que vós continuarão e eu ficarei pelo caminho.
E,se,talvez,lembrar de alguma coisa,lembrarei de vós que nunca lembrarão de mim.

MUNDO PERFEITO

Sonho com um mundo onde o amor
É a lei e o ódio esteja ausente,
E que todos os seus habitantes
Vivam felizes,verdadeiramente.

Sei que não é só eu quem assim sonha
Com tal mundo belo e perfeito!
Similarmente a mim,muita gente
Há que o alimenta no peito.

Ah,como eu sonho com um mundo
Sem vilipêndios,justo e igual!
Se esse mundo não é na terra
Aonde é esse mundo,meu Deus,afinal?

sábado, 12 de março de 2011

A HORA CERTA (São Luís-MA, 19.02.2011)

Na terra alheia aprendi a viver,
Mas nem por isso a minha esquecerei.
Tenho fé que, um dia, regressarei
Para junto dos meus ao morrer.

Nao sei até quando vai durar
o meu destino em terra distante!?
Eu nao sei, mas Deus sabe o instante,
A hora certa desse desenrolar.

Deus não faz alarde, silenciosamente,
Ele trabalha pelos filhos seus.
Tudo que é vivido no presente

Tem a sua importância particular.
E ele, como Senhor, como único Deus,
Um dia, porá tudo no seu devido lugar.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

O LENÇO AZUL (Presente de minha mãe)

O lenço azul que me deste, mãezinha,
Levo-o comigo por onde caminho...
Não solitude, cedo ou à noitinha,
É nele que procuro o teu carinho.

Juro-te que não o darei para ninguém,
Guardarei ele comigo até o fim,
Como um talismã que só causa bem,
que me faz sentir a tua presença, enfim.

É nele que depositarei o meu pranto
Quando eu chorar alguma dor sofrida;
É nele que buscarei teu acalanto,

No intuito de sentir-me confortado.
Sou-te muito grato, mãezinha querida,
Por esse consolo a esse teu filho amado.

CÂNTICO DE SAUDADE ETERNA (Em memória de minha mãe, Maria Isabel Reis Lima )

Levaste contigo um pedaço de mim,
Levaste contigo a pérola mais rara e brilhante que o meu coração já sentiu que foi o teu amor inigualável de mãe, na verdadeira acepção dessa palavra.
Levarei comigo enquanto eu viver a dor de ter estado ausente, distante de ti, na hora em que a mão impiedosa da morte te tolheu, fecharam os teus olhos cheios de luz, carinhosos com todos os teus filhos e filhas que choram a tua falta hoje e chorarão eternamente.
Quando eu me sentir sozinho é a tua voz, minha mãe, que ouvirei no meu silêncio;
Quando alguma tristeza descer sobre o meu coração é pensando em ti, minha mãe, que buscarei o conforto lhano;
É pensando em ti, minha mãe, que me recolherei para por as ideias no lugar, outra vez;
É pensando em ti, minha mãe, que buscarei forças para continuar a minha caminhada sem olhar para trás.
Este meu cântico é triste por estar entremeado da mais pura saudade de ti que se ausentou dos meus olhos humanos por ter ido habitar nas esferas celestiais,
Por outro lado, sinto meu coração confortado ao pensar que estás nos braços do Senhor Jesus Cristo que a todos dá acolhida no seu reino de luz infinita.
Por um bom tempo ainda tentarei acordar desse acontecimento que cala a voz humana, por ser algo que foge, peremptoriamente, da natural concepção material.
A morte é algo que jamais aceitaremos em nenhum tempo.
Para mim, querida, estarás sempre viva e alegre como sempre foste.
Tu sempre soubeste o quanto eu te amava, e esse amor eu te afirmo que muito mais agora dobrou, pois é muito mais valoroso do que qualquer ouro ou outro bem material que exista.
Minha voz embarga quando pronuncio o teu nome pelo imenso significado que ele exerce sobre mim e que sempre exercerá enquanto houver em mim um ínfimo sopro de vida

São Luís - MA, 19.02.2011

CÂNTICO DE SAUDADE ETERNA

HEI

Hei de te encontrar, um dia, não propriamente no mesmo lugar de outrora...
Quiça, noutro distante. Mas sem a presença das imagens de outros tempos já mortos pelo tempo que não envelhece;
Hei de te encontrar, com a mesma, outra aparência que meu olhar ignora. E quando eu te ver, nos abraçaremos sem ressentimentos, mesmo sem amor;
Hei de te ver, outra vez, para nunca mais iludir-me com o que não pode mais ser ressuscitado, sentido, igual dantes;
Hei de te encontrar e pedir-te perdão pelo que eu fiz de modo impensado.
Ame-me de forma pura e santa, ame-me com pensamentos retos, pois assim eu te amo, hoje, creia.
Sim, hei de te encontrar, um dia, e sentar frente a frente contigo.
Olhar-te nos olhos, cônscio que o tempo é outro, outra situação,
Que já não é mais lícito tocar-te a pele, que já mais lícito beijar-te os lábios.
Hei de te encontrar, um dia, e dizer-te da grande novidade da minha vida, imcomparável, sem igual, e tu, creio, há de compreender-me sem lágrimas, e de modo consciente, tudo que houve.
É preciso olvidar tudo que passou, pois essa é a única chance de sermos felizes.

Hei de te encontrar, um dia, e corajosamente dizer-te: Adeus!