Só tu sabes a senda íngreme
Percorrida até chegares na casa dos oitenta!
Tenho,unicamente, tênues ideias,
Conjecturações de horas tristes
E alegres que viveste pai.
Os óbices foram muitos,eu sei!
Tens o corpo lasso de tanto caminhar.
Trazes no alforje do coração
Estórias que se pusesse em livros
Seriam belas e interessantes,penso.
Tens contigo uma alma jovem,
Pois,o corpo sente o peso dos anos,
Mas a alma,esta,a cada aurora
Faz o rumo inverso,volta a ser criança.
Oitenta e cinco anos! Forrados nos liames
Da humildade de homem interiorano
Que se adaptou aos tormentos da urbe,
Não porque quis,mas forçado
Pelas contingências que a existência dorida impõe.
Oitenta e cinco anos, com o olhar ainda cintilante
De esperança,luz sublime,posta,
No coração dos que creem que o porvir
Será sempre melhor,quando se vive com ardor
O presente,como vives,meu querido e amado pai.
Lutas ferrenhas travaste
Na busca do cotidiano pão.
Teu semblante queimado de sol,
Impera nítido no pensamento
Deste teu filho que o tempo,
ininterrupto,fez poeta e sonhador
De coisas absurdas neste mundo.
Nestes teus oitenta e cinco anos,
Receba no coração essas palavras,
Como um amplexo forte e eterno,
Ornado com a mais casta sinceridade
Que há no coração e n'alma
Deste poeta que é o mais novo
Dos teus quatro filhos homens,
Que Deus pôs sob a tua tutela,
Dos cuidados teus na terra
E que, carinhosamente
E orgulhosamente te chama de pai.
Parabéns, meu leal amigo,
Querido eterno do meu coração.
Que Deus conceda a tua velhice
Como prêmio de merecimento
Somente dias bons e felizes.
E que tu recebas em dobro,
As coisas boas que,um dia,deste
A quem Deus deu a oportunidade
de passar pelo teu caminho.
Meu eterno muito obrigado,pai!
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